Os Caçadores da Arca Perdida

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Dr. Indiana Jones… Quem diria que conseguiria a façanha de estrelar quatro filmes de aventura e servir de inspiração a um sem número de jovens arqueólogos? Apesar de não ter feito nenhuma entrevista ou pesquisa, posso afirmar com certeza quase absoluta que este personagem, interpretado iconicamente por Harrison Ford, levou muitos jovens a se interessar por história, escavações arqueológicas e tesouros perdidos, motivando-os a seguir esta carreira. Até eu já pensei em ser um arqueólogo um dia!

Primeiramente, vale lembrar que o nome original do filme é Os Caçadores da Arca Perdida. Apenas depois do sucesso do personagem é que rebatizaram o filme como Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida. Mantenho o nome original para lembrar, inclusive a mim mesmo, de que este filme deve ser assistido como uma peça única e não como a primeira parte de uma trilogia. Inclusive porque o filme não foi pensado desta forma.

O papai nerd George Lucas teve sua primeira concepção do personagem em 1973, tentando fazer uma versão moderna das séries de aventura dos anos 30 e 40. Mais tarde, discutiu o conceito com Philip Kaufman, que lhe sugeriu utilizar a Arca da Aliança como elemento chave da história. Em 1977, tirando umas férias de Guerra nas Estrelas, conversou com o amigo Steven Spielberg sobre o personagem e o convenceu a ser diretor do filme. Em 1981, chegava aos cinemas a primeira aventura do professor, arqueólogo e caçador de tesouros nas horas vagas, Dr. Indiana Jones.

Quando as luzes se apagaram naquele 21 de agosto de 1981, e o projetor foi ligado, fomos apresentados a um grupo de caçadores de tesouros, chefiados por Indiana, em uma expedição pela Amazônia peruana em 1936. Aqui podemos ver a estréia do ator Alfred Molina (que 23 anos depois interpretaria o Dr. Octopus no filme do Homem-Aranha) como o ajudante do Dr. Jones, Satipo. Depois de conquistar o Ídolo Dourado da Fertilidade, Indiana Jones é roubado por um arqueólogo rival, o francês René Belloq. René tem guerreiros nativos a seu lado, e manda Indiana de volta aos Estados Unidos.

Logo ao chegar em solo estadunidense, Indiana é abordado por agentes do serviço secreto que precisam de sua ajuda para impedir que a Arca da Aliança, aquela mesma dos contos bíblicos, caia nas mãos dos nazistas. O Füher pretende utilizar o poder de Deus, canalizado através da Arca, como a arma definitiva para a Segunda Grande Guerra. Jones parte então para o Nepal para encontrar seu antigo professor e especialista no assunto, Abner Ravenwood. Mas Abner está morto e a única forma de encontrar a Arca é o enfeite do cetro de Rá, guardado por sua filha, e par romântico do Dr. Jones, Marion. Viajamos mais um pouco de avião e estamos no Cairo, local onde a Arca estaria enterrada e a aventura realmente começa.

É interessante notar como esse filme não tem mais a “cara de anos 70”, sendo bem icônico como um filme dos anos 80. Os efeitos especiais são muito melhores, a fotografia é melhor, há um tom mais aventureiro e menos crítico. É um perfeito filme-pipoca, mas não é imbecilizado. Há cenas violentas e sangrentas (por pouco o filme não pegou a classificação R), mas também há muito humor, o que dá o equilíbrio necessário para transformar um filme de ação em um filme de aventura (ação obrigatoriamente tem explosões, armas gigantescas e um cara fortão que mata todo mundo, aventura tem uma busca por algo perdido).

O filme não está livre de críticas, no entanto. Há vários “furos” de roteiro ou apenas fatos inconsistentes. Por exemplo, quando o Dr. Jones sai da taverna que Marion gerencia, os vilões nazistas entram pouco depois para torturá-la e descobrir mais sobre o enfeite do cetro. Jones volta para a taverna a tempo de impedir a tortura e começa a enfrentar os bandidos, mas não sabemos como diabos ele descobriu que Marion estava em perigo. Outro erro é quando Jones e Marion saem do templo onde a Arca estava enterrada, direto na escavação onde os nazistas estavam trabalhando. Mas, ei, os nazistas não estavam escavando no lugar errado? E que diabos o governo estadunidense fez com a arca no final do filme? Apenas guardou num depósito? Que fim levou o dono do macaquinho?

Ok, você pode me chamar de chato por apontar esses detalhes, mas foram falhas. Falhas que não foram exploradas nos filmes seguintes, porque não se sabia se haveria uma seqüência. Não que isso torne o filme menos divertido, é claro. E é óbvio que uma criança nunca percebe esses detalhes.

Outra contribuição importante é a trilha memorável de John Williams. O tema principal, chamada The Raiders’ March, acabou se tornando o hino do personagem. Mas aqui cabe outra crítica. Por que as trilhas de John Williams são tão parecidas? É sério, tenho uma enorme dificuldade em cantarolar a trilha de Indiana Jones e não a de Star Wars ou Superman. Ouça-as e vai perceber o quanto elas são parecidas.

Mas a magia de ter sete anos de idade, ligar o vídeo-cassete (quem ainda se lembra disso?) e assistir ao filme que seu pai gravou quando passou na Tela Quente, a mesma fita onde você assistiu ao O Retorno de Jedi inteiro antes, não morre nunca. Ainda mais com um personagem que é inteligente, astuto, usa um chicote e que todas as alunas da faculdade morrem de paixão. A nostalgia e um personagem carismático realmente fazem a diferença em filmes de aventura.

Curiosidades

– A cena onde Indiana Jones foge de uma bola gigante, que se tornou um ícone do cinema, é a armadilha mortal do templo sul-americano do início do filme. Ela é na verdade uma homenagem a uma história do Tio Patinhas escrita por Carl Barks em 1954, chamada As Sete Cidades de Cibola.

– O desenho animado dos Duck Tales (ei, cabe fazer uma resenha dele algum dia, não?) retribuiu a homenagem com um episódio intitulado Os Caçadores da Harpa Perdida.

– Na cena onde Indiana Jones está tirando a Arca da Aliança do seu pedestal no Poço das Almas, podemos ver uma coluna com hieróglifos bem familiares aos nerds. É C3PO e R2-D2! Confira na galeria!

– John Williams foi indicado para o Oscar de Melhor Trilha Sonora, mas perdeu para a música do filme Carruagens de Fogo, composta por Vangelis.

– A cena onde Indiana ameaça destruir a Arca com uma bazuca foi filmada no mesmo cânion onde Luke Skywalker é atacado pelo povo da areia em Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança.

– O nome inicial do personagem era Indiana Smith. Quem achou que Smith não era um nome suficientemente tremendão para um personagem destes foi Steven Spielberg, que sugeriu rebatizá-lo como Indiana Jones. Aliás, Indiana era o nome do cachorro do George Lucas e esse fato é usado para uma piada no terceiro filme.

– A cena em que Indiana dá um tiro num espadachim depois de ele fazer um monte de firulas foi um improviso. A cena original incluía uma luta heróica, mas ficou muito chata. Aí o Harrison Ford, que estava com diarréia, queria acabar logo com a cena e sugeriu: “Por que não atiramos logo no sujeito?”.

– Spielberg tinha uma visão diferente de Indiana. Ele queria torná-lo um herói trágico e sombrio, viciado em bebida. Depois de uma longa discussão com George Lucas, concordaram que essa caracterização se afastava demais da idéia original de diversão que queriam no filme.

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Nota
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Bruno Sanchez
Corintiano de coração, fanático por Heavy Metal, Rock Psicodélico dos anos 60, HQs, Videogames e Ficção Científica. Não, ele não é nerd (segundo o próprio). Bruno cresceu com a idéia fixa de se transformar em um arqueólogo no melhor estilo Indiana Jones (não tem nada de nerd em um filme feito pelos criadores de E.T. e de Star Wars) mas atualmente os únicos tesouros que escava são os velhos clássicos nos sebos do centro de São Paulo.
os-cacadores-da-arca-perdidaPaís: EUA<br> Ano: 1981<br> Gênero: Aventura<br> Roteiro: George Lucas e Philip Kaufman<br> Elenco: Harrison Ford, Karen Allen, John Rhys-Davies, Paul Freeman e Alfred Molina.<br> Produtor: George Lucas<br> Diretor: Steven Spielberg<br> Distribuidor: Paramount<br>